Verifique itens para adicionar ao carrinho. selecionar tudo
O mundo-empresa expulsou o místico e o poeta. Por isso procuram outros horizontes de significações: na fotografia, na ilustração, na notícia de jornal, na memória da infância, nas colagens. Oxalá que nessas frestas encontrem o endereço da rua perdida. O panfleto, o protesto solitário, os faróis com os sinais de alerta, a bandeira das esquerdas hoje rotas, a marca do beijo fascista está no DNA lírico desses dois poetas. Nesse sistema arterial de derrotas e ressurreição circulam esses poemas em forma de epígrafes, citações de rodapé, convocação para a luta, manchetes. Tentou-se eliminar dos poemas as excrescências, a eloquência de bacharel (pois basta a história com os seus truques), mas não o vigor das alegorias simbólicas, das coisas e pessoas evocadas pelo próprio nome, até que nos ouçam. Poesia repetida dia e noite, até que nos ouçam.