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Neste texto foi escrito com o objetivo de mostrar nossas ideias sobre o uso, abuso e dependência de álcool e de outras drogas, a partir de reflexões sobre o cotidiano do trabalho terapêutico, isto é, vinculadas à prática terapêutica com pessoas dependentes de drogas e seus familiares.
A partir de convites para ministrar palestras em escolas, empresas, ONGs, encontros científicos, entidades culturais, em Igrejas, para jovens e casais e, de textos publicados dominicalmente no jornal Tribuna de Itapira e revistas especializadas, embrionários deste trabalho, fomos percebendo a necessidade de organizar e elaborar este material, visando não apenas os educadores, formadores de opiniões e profissionais que trabalham na área em questão, mas principalmente ao público em geral.
Falar ou escrever sobre o objeto concreto droga é o óbvio e é simples aparência. Há inúmeros manuais disponíveis que discorrem sobre as ações das drogas legais e ilegais num organismo. Entretanto, ficar apenas nas aparências é esbarrar nos limites da superficialidade. É, então, este texto, uma busca para ultrapassar tais limites. É a tentativa de procurar compreender que a dependência de drogas é decorrente de um modo de viver. Somente entendendo essa forma de viver ou de existir é que podemos compreender de fato a pessoa que “elegeu” a droga como objeto de escravidão ou dependência.
É, portanto, uma tentativa de ir além das aparências das drogas, pois, tal intento requer o tempo todo, um voltar crítico para a nossa maneira de existir e de conviver. Este é o caminho que escolhemos para abordar o assunto, de considerarmos um grave problema e o modo extremo de vazio interior que é a dependência de álcool e de outras drogas.
Não queremos dizer que é o caminho da certeza. No entanto, o caminho que escolhemos é em direção à pessoa; da pessoa sofrida que nem sempre está consciente de seu sofrimento. A importância de nossa direção está precisamente na intenção de resgatar a pessoa de um mundo basicamente consumista e massificante, que as drogas, legais e ilegais, podem encerrar como objeto extremo de consumo doentio.
Basicamente, o texto expõe e discute tanto as condições preventivas quanto as facilitadoras da dependência de drogas, as vertentes individuais e sociais, enfim, o contexto do qual pode emergir uma pessoa dependente de álcool e de outras drogas. Também procura demonstrar como a dependência é uma forma de alienação e de escravidão, na qual a pessoa dependente revela uma existência desprovida de sentido e, ao mesmo tempo, à margem da história, não podendo assim ser um agente positivo de transformação no mundo.
Esperamos, acima de tudo, que este livro não seja apenas um veículo de informações sobre a dependência de substâncias psicoativas, mas que possa também despertar e semear esperança aos pais e aos jovens. Principalmente para aqueles que se encontram dependentes das drogas, pois, com esforço e tenacidade, a dependência pode ser superada.