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Arriscar-se a riscar sobre a superfície vaga. Preenchê-la. Chegar à matéria poema.
Nunca esgotá-la.
No espaço, o esboço.
No infinito de possibilidades, selecionar e combinar as palavras; pinçá-las. Assim o poeta se despe de suas intenções e passa a priorizar o objeto da criação artística a meras críticas e julgamentos.
Tudo para dizer o quanto a poesia é uma tarefa árdua que exige do autor transpiração, trabalho, construção, considerando, apenas, o momento da criação.
O ato de recriar o mundo, por si só, já cumpre um papel social pelo fato de repensarmos nossa realidade, rever velhos conceitos arraigados em tradições e comportamentos imutáveis.
Senti-me lisonjeada por prefaciar Assim me Expresso, de Daniel Leal, meu colega de trabalho. Amigo.
Vamos a ele!
Uma pessoa que chamou a minha atenção logo que começamos a trabalhar juntos pela criatividade dos cordéis criados em homenagem aos funcionários da escola onde trabalhamos.
Procurei saber quem era aquele poeta disfarçado de pessoa comum, pois não imaginava que ali estava uma pessoa extremamente criativa, crítica e sensível ao mundo que o cerca. Formado em História, mas exercendo um lindo papel: ser poeta! Deparei-me com o observador de “gentes”. Daniel que escreve o mundo através das emoções e sensações, transfigurando-o para o imaginário.
Ser poeta é colocar um pouco de bom senso e de humor no viver. E nem sempre senso de humor é rir. É também assumir uma postura, criticar, ironizar, eufemizar, metaforizar.
Além disso, para escrever é preciso ter um motivo. Como diz Cecília Meireles:
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
_ não sei, não sei. Não sei se fico
Ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
_ mais nada.
Escrever é o motivo do poeta.
A ele, ao poeta Daniel Leal, meu respeito e minha admiração.
Fabiana A. França Santana, Graduada em Letras pela Universidade Federal de Rondônia – Campus de Vilhena – RO.