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O anti-herói da narrativa é um verdadeiro experimento literário que exerce um tipo de guinada psicológica em relação a toda violência que se tornou rotineira no Ocidente contemporâneo. O autor parece ter elaborado um tipo de armadilha que pega em flagrante o leitor quando passa a aprovar ou justificar uma face distinta de um terrorismo até o momento desconhecido. Mas esse é um problema que fica para o leitor, dado que a realidade é que o texto antevê muitas das possibilidades do terrorismo, inclusive uma nova e talvez futura modalidade [!!!] desprovida do corriqueiro fanatismo religioso, ideia que acaba lançando uma hipótese do que seria a verdadeira origem desse fenômeno.
Além da riqueza bibliográfica que atravessa todo o texto – algo que não é surpresa se atentarmos para a formação historiográfica do autor – percebe-se uma preocupação constante que não se limita à simples explanação informativa da problemática Ocidente/Oriente. Muito além de narrar uma série de acontecimentos que delinearam a conjuntura geopolítica atual, a crítica constante aos diversos fatores que levaram a essa situação é uma característica muito marcante da narrativa. Sendo assim, A guerra e Eu é um exemplo perfeito de literatura “não linear”, já que trabalha muito bem com a pluralidade perspectivista que ultrapassa as barreiras individuais dos protagonistas, lançando uma série de teorias sobre a complexidade do real, lembrando o estilo de escrita dos clássicos literários russos.